O actual Papa, de facto, é menos decifrável para o mundo mediático de hoje: para além do carisma ligado ao lugar que ocupa, ele destaca-se por oferecer orientação num mundo perdido na "ditadura do relativismo" que tanto condena, apresentando um programa coerente e uma capacidade intelectual acima de qualquer suspeita. Estes ingredientes não bastam, ainda assim, para fazer dele uma figura apetecível.
Joseph Ratzinger não foi eleito pelos Cardeais da Igreja Católica para ser líder de audiências ou ganhar pontos em sondagens de popularidade. Mais do que procurar saber se é um "Papa europeu", um "Papa invisível" ou um "Papa das surpresas", os observadores começam a perceber que estamos na presença de um líder espiritual, que leva a sério a sua missão nesse âmbito, um mestre da fé.