segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Mensagem de Natal


De tudo já se viu. Das mensagens bem-humoradas que circulam na net, parodiando a situação do país e anunciando o cancelamento do Natal, à contenção empresarial nos convencionais postais de Natal devido a cortes orçamentais, passando pelo habitual postal que recebo da Austrália com um singelo “Festas Felizes” e destituído de qualquer símbolo religioso, para não ofender as outras comunidades religiosas, já de tudo se viu como mensagem de Natal.

Celebrar o natal sem o presépio e desejar umas singelas festas felizes, reduzir tudo à árvore de Natal e ao Pai Natal é hoje em dia o paradigma da nossa modernidade.

Decidi então que não escreveria uma mensagem de Natal.

O poeta Dylan Thomas diz que todos os homens mortos e nus são um só. O mesmo se aplica, creio eu, aos homens vivos: a toda a humanidade. Este Deus cuja vinda celebramos, que por amor se fez homem e morreu na Cruz, só está verdadeiramente ao alcance dos poetas. A maioria de nós está mais ao nível do folclórico (pagão) que percorre esta quadra…

Este Deus menino, nu, tendo por leito uma manjedoura numa gruta, verdadeira dádiva de Deus, trazido até nós por Nossa Senhora, é um Rei digno de receber ouro, mirra para o homem inequivocamente sujeito à sua condição mortal e claro Incenso para se perfumar aquele altar onde Deus se deita. Antes dos Reis Magos, a grande oferta de Natal deu-nos Nossa Senhora ao entregar-nos este menino…

Mas nós? Seremos nós capazes de construir este presépio no nosso coração? E levar-Lhe ouro, incenso e mirra, nas nossas acções do dia a dia? Seremos capazes de fazer deste Natal uma imensa oferenda de amor?

Talvez essa seja a mais bela mensagem de Natal.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Rebento em flor

O espírito de Deus repousa sobre o rebento de uma flor, nascido dum tronco que preservou a sua raiz. (reescrito a partir de Is 11, 1-2)

Nós somos um tronco que um dia foi arrancado; pelas nossas faltas, pelos nossos pecados… mas aquele que preservou em si a génese da raiz, transformar-se-á em rebento em flor; e a Graça do Senhor repousará sobre ele; e então o lobo e o cordeiro viverão juntos (Is 11, 6).

sábado, 8 de dezembro de 2007

As três surpresas.

Por vezes quando revisitamos histórias conhecidas, encontramos-lhe outros sabores, outros aromas.
A história das três surpresas teologais da chegada ao Céu inspirou-me esta reflexão.

Quando chegamos ao Céu somos acometidos de três surpresas:
A primeira, é a de lá termos chegado.
A segunda, a de lá encontrarmos quem não estávamos à espera de ver.
A terceira, a de lá não encontramos quem estávamos à espera.

Talvez do nosso ponto de vista conceptual, o Céu e o Inferno sejam um pouco a mesma coisa. Tal são os equívocos que em nós alimentam.

Mas disto tudo só Ele sabe e a nós foi-nos revelado o essencial para a nossa Salvação. Segui-Lo é a melhor forma de evitar surpresas…