Nas festas da celebração da Palavra, surgem-nos invariavelmente como símbolos do peregrino - do caminhante evangelizador - as sandálias e o cajado, elementos indispensáveis ao caminhante da época de Cristo, e a rede de pesca, alegoria dessa missão: a de encher as redes do Senhor.
“O anjo ordenou: Cinge-te e calça as tuas sandálias. Ele assim o fez. O anjo acrescentou: Cobre-te com a tua capa e segue-me.” Act 12,8
Pedro calçou as suas sandálias quando o anjo do Senhor o libertou da prisão de Herodes, pois a sua missão na terra ainda não havia terminado. O peregrino é aquele que tem sempre as suas sandálias à mão e no coração o desejo de partir.
“Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar.” Lc 5,4
Pescadores de homens, eis o melhor destino a dar às nossas redes, aos nossos talentos, o de os colocar ao serviço da divulgação da Palavra do Senhor.
O cajado ou vara surgem no Novo Testamento associados à Paixão de Cristo:
“Cuspiam-lhe no rosto e, tomando da vara, davam-lhe golpes na cabeça.” Mt 27,30
“Os soldados encheram de vinagre uma esponja e, fixando-a numa vara de hissopo, chegaram-lhe à boca.” Jo 19, 29
Na missão que confia aos seus discípulos, Jesus Cristo alerta-os para as provas que terão de suportar:
“Cuidai-vos dos homens. Eles vos levarão aos seus tribunais e açoitar-vos-ão com varas nas suas sinagogas.” Mt 10, 17
Revisitemos, agora, estes mesmos símbolos no Antigo Testamento:
“…vendem o justo por dinheiro, e o pobre por um par de sandálias…” Am 2, 6
Nesta passagem do livro do profeta Amós as sandálias surgem-nos como símbolo da nossa caminhada em serviço dos mais necessitados, numa época em que, tal como hoje, a par de um certo progresso económico se acentuavam as desigualdades sociais.
Nesta passagem do profeta Jeremias:
“Lancei-te a rede e, sem o saberes, foste colhida de improviso, Babilónia.” Jr 50,24
A rede surge-nos aqui como símbolo dos justos, dos que estão atentos à vinda do Senhor, que não se faz anunciar, que nos apanha de improviso, estaremos nós à medida das malhas da Sua rede?
No livro do Êxodo, o Senhor diz a Moisés:
“Toma em tua mão esta vara, com a qual operarás prodígios”. Ex 4,17
O Senhor que enviou Moisés a libertar o seu povo, diz-nos que temos em nós os meios para levarmos a cabo as acções que nos libertam das nossas faltas, exorta-nos a tomarmos parte da nossa libertação. A operarmos prodígios.
Revisitar a Palavra do Senhor através destes símbolos é testemunho vivo da Sua misericórdia e do Seu anúncio. Sejamos pois esse pescador de homens, esse caminhante prevenido, evangelizadores vivos da Sua Palavra.
sábado, 24 de maio de 2008
domingo, 18 de maio de 2008
Caminhando no meio de nós.
“… digne-se o Senhor de caminhar no meio de nós.” (Ex 34, 9)
O Senhor anunciou-se a Moisés misericordioso e clemente. E ditou-lhe instruções para guardar numa arca o Seu testemunho. O Senhor que veio caminhar no meio de nós.
E nós? Guardamos o nosso coração numa arca? Caminhamos no meio dos nossos irmãos? Ou encerramos o Seu testemunho em vaso de ouro?
O Senhor anunciou-se a Moisés misericordioso e clemente. E ditou-lhe instruções para guardar numa arca o Seu testemunho. O Senhor que veio caminhar no meio de nós.
E nós? Guardamos o nosso coração numa arca? Caminhamos no meio dos nossos irmãos? Ou encerramos o Seu testemunho em vaso de ouro?
domingo, 11 de maio de 2008
Estando fechadas as portas …

Construímos templos sobre os nossos locais de culto e também os construímos sobre os locais de culto dos outros.

Talvez nós, os homens, precisemos dessa escada para como Jacob exclamarmos: “O Senhor está realmente neste lugar e eu não o sabia!” (Gn 28, 16)
Abram-se as portas.
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Ide...

“Ide e fazei discípulos de todas as nações.” Mt 28, 19
A Via Sacra, pelo menos na versão Católica; a Ortodoxa segue outros caminhos; atravessa o mercado de Jerusalém, em pleno bairro muçulmano. No meio de gritos, de gente que passa, que fotografa, que vende e que compra, um grupo de peregrinos celebra a sua Via Sacra.
Pergunto-me se tal fará sentido, no meio de tanta confusão, onde eu próprio armado de fotógrafo me transformo em meio peregrino, meio turista… se é que existe tal coisa de se ser meio peregrino! Um dos que me acompanha, recorda-me que como Cristãos temos que mostrar a nossa presença e testemunhar (também ali) que dois mil anos atrás Ele sofreu aqui a Sua paixão. Existem muitas formas neste Ide, e por vezes é preciso regressar aonde tudo começou para levar o Seu testemunho, para que este se renove em nós e frutifique.
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