Moisés deixou-nos claro o caminho para a nossa salvação:
“…cuidareis de praticar todos os preceitos e todas as leis que hoje vos proponho.” Dt 11,32
São Paulo, introduz-nos o papel de Cristo como a vítima da propiciação dos nossos pecados num só acto, o último dos sacrifícios foi realizado com o sangue do filho de Deus (nenhum outro lhe poderá igualar).
“Porque julgamos que o homem é justificado pela fé, sem as observâncias da lei.” Rm 3,28
Mas Cristo, que não veio para negar a lei, alerta-nos contra o caminho da iniquidade, e deixa-nos esta preciosa catequese:
“Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.” Mt 7, 21
Seremos nós o homem prudente de que nos fala o Evangelho de hoje?
(mais sobre a propiação)
domingo, 1 de junho de 2008
sábado, 24 de maio de 2008
Os símbolos do peregrino.
Nas festas da celebração da Palavra, surgem-nos invariavelmente como símbolos do peregrino - do caminhante evangelizador - as sandálias e o cajado, elementos indispensáveis ao caminhante da época de Cristo, e a rede de pesca, alegoria dessa missão: a de encher as redes do Senhor.
“O anjo ordenou: Cinge-te e calça as tuas sandálias. Ele assim o fez. O anjo acrescentou: Cobre-te com a tua capa e segue-me.” Act 12,8
Pedro calçou as suas sandálias quando o anjo do Senhor o libertou da prisão de Herodes, pois a sua missão na terra ainda não havia terminado. O peregrino é aquele que tem sempre as suas sandálias à mão e no coração o desejo de partir.
“Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar.” Lc 5,4
Pescadores de homens, eis o melhor destino a dar às nossas redes, aos nossos talentos, o de os colocar ao serviço da divulgação da Palavra do Senhor.
O cajado ou vara surgem no Novo Testamento associados à Paixão de Cristo:
“Cuspiam-lhe no rosto e, tomando da vara, davam-lhe golpes na cabeça.” Mt 27,30
“Os soldados encheram de vinagre uma esponja e, fixando-a numa vara de hissopo, chegaram-lhe à boca.” Jo 19, 29
Na missão que confia aos seus discípulos, Jesus Cristo alerta-os para as provas que terão de suportar:
“Cuidai-vos dos homens. Eles vos levarão aos seus tribunais e açoitar-vos-ão com varas nas suas sinagogas.” Mt 10, 17
Revisitemos, agora, estes mesmos símbolos no Antigo Testamento:
“…vendem o justo por dinheiro, e o pobre por um par de sandálias…” Am 2, 6
Nesta passagem do livro do profeta Amós as sandálias surgem-nos como símbolo da nossa caminhada em serviço dos mais necessitados, numa época em que, tal como hoje, a par de um certo progresso económico se acentuavam as desigualdades sociais.
Nesta passagem do profeta Jeremias:
“Lancei-te a rede e, sem o saberes, foste colhida de improviso, Babilónia.” Jr 50,24
A rede surge-nos aqui como símbolo dos justos, dos que estão atentos à vinda do Senhor, que não se faz anunciar, que nos apanha de improviso, estaremos nós à medida das malhas da Sua rede?
No livro do Êxodo, o Senhor diz a Moisés:
“Toma em tua mão esta vara, com a qual operarás prodígios”. Ex 4,17
O Senhor que enviou Moisés a libertar o seu povo, diz-nos que temos em nós os meios para levarmos a cabo as acções que nos libertam das nossas faltas, exorta-nos a tomarmos parte da nossa libertação. A operarmos prodígios.
Revisitar a Palavra do Senhor através destes símbolos é testemunho vivo da Sua misericórdia e do Seu anúncio. Sejamos pois esse pescador de homens, esse caminhante prevenido, evangelizadores vivos da Sua Palavra.
“O anjo ordenou: Cinge-te e calça as tuas sandálias. Ele assim o fez. O anjo acrescentou: Cobre-te com a tua capa e segue-me.” Act 12,8
Pedro calçou as suas sandálias quando o anjo do Senhor o libertou da prisão de Herodes, pois a sua missão na terra ainda não havia terminado. O peregrino é aquele que tem sempre as suas sandálias à mão e no coração o desejo de partir.
“Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar.” Lc 5,4
Pescadores de homens, eis o melhor destino a dar às nossas redes, aos nossos talentos, o de os colocar ao serviço da divulgação da Palavra do Senhor.
O cajado ou vara surgem no Novo Testamento associados à Paixão de Cristo:
“Cuspiam-lhe no rosto e, tomando da vara, davam-lhe golpes na cabeça.” Mt 27,30
“Os soldados encheram de vinagre uma esponja e, fixando-a numa vara de hissopo, chegaram-lhe à boca.” Jo 19, 29
Na missão que confia aos seus discípulos, Jesus Cristo alerta-os para as provas que terão de suportar:
“Cuidai-vos dos homens. Eles vos levarão aos seus tribunais e açoitar-vos-ão com varas nas suas sinagogas.” Mt 10, 17
Revisitemos, agora, estes mesmos símbolos no Antigo Testamento:
“…vendem o justo por dinheiro, e o pobre por um par de sandálias…” Am 2, 6
Nesta passagem do livro do profeta Amós as sandálias surgem-nos como símbolo da nossa caminhada em serviço dos mais necessitados, numa época em que, tal como hoje, a par de um certo progresso económico se acentuavam as desigualdades sociais.
Nesta passagem do profeta Jeremias:
“Lancei-te a rede e, sem o saberes, foste colhida de improviso, Babilónia.” Jr 50,24
A rede surge-nos aqui como símbolo dos justos, dos que estão atentos à vinda do Senhor, que não se faz anunciar, que nos apanha de improviso, estaremos nós à medida das malhas da Sua rede?
No livro do Êxodo, o Senhor diz a Moisés:
“Toma em tua mão esta vara, com a qual operarás prodígios”. Ex 4,17
O Senhor que enviou Moisés a libertar o seu povo, diz-nos que temos em nós os meios para levarmos a cabo as acções que nos libertam das nossas faltas, exorta-nos a tomarmos parte da nossa libertação. A operarmos prodígios.
Revisitar a Palavra do Senhor através destes símbolos é testemunho vivo da Sua misericórdia e do Seu anúncio. Sejamos pois esse pescador de homens, esse caminhante prevenido, evangelizadores vivos da Sua Palavra.
domingo, 18 de maio de 2008
Caminhando no meio de nós.
“… digne-se o Senhor de caminhar no meio de nós.” (Ex 34, 9)
O Senhor anunciou-se a Moisés misericordioso e clemente. E ditou-lhe instruções para guardar numa arca o Seu testemunho. O Senhor que veio caminhar no meio de nós.
E nós? Guardamos o nosso coração numa arca? Caminhamos no meio dos nossos irmãos? Ou encerramos o Seu testemunho em vaso de ouro?
O Senhor anunciou-se a Moisés misericordioso e clemente. E ditou-lhe instruções para guardar numa arca o Seu testemunho. O Senhor que veio caminhar no meio de nós.
E nós? Guardamos o nosso coração numa arca? Caminhamos no meio dos nossos irmãos? Ou encerramos o Seu testemunho em vaso de ouro?
domingo, 11 de maio de 2008
Estando fechadas as portas …

Construímos templos sobre os nossos locais de culto e também os construímos sobre os locais de culto dos outros.

Talvez nós, os homens, precisemos dessa escada para como Jacob exclamarmos: “O Senhor está realmente neste lugar e eu não o sabia!” (Gn 28, 16)
Abram-se as portas.
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Ide...

“Ide e fazei discípulos de todas as nações.” Mt 28, 19
A Via Sacra, pelo menos na versão Católica; a Ortodoxa segue outros caminhos; atravessa o mercado de Jerusalém, em pleno bairro muçulmano. No meio de gritos, de gente que passa, que fotografa, que vende e que compra, um grupo de peregrinos celebra a sua Via Sacra.
Pergunto-me se tal fará sentido, no meio de tanta confusão, onde eu próprio armado de fotógrafo me transformo em meio peregrino, meio turista… se é que existe tal coisa de se ser meio peregrino! Um dos que me acompanha, recorda-me que como Cristãos temos que mostrar a nossa presença e testemunhar (também ali) que dois mil anos atrás Ele sofreu aqui a Sua paixão. Existem muitas formas neste Ide, e por vezes é preciso regressar aonde tudo começou para levar o Seu testemunho, para que este se renove em nós e frutifique.
sábado, 19 de abril de 2008
A porta fechada
Fala-me daquela instituição, mas escuto-o falando de todas, diz-me que os jovens à sua guarda se portam mal, que desconhecem o respeito, apenas o medo os faz vacilar, que não são capazes de construir uma relação na base da gratuitidade, que tudo se resume ao interesse, a um abalanço de risco e ganho, de limites abolidos, de liberdades conquistadas em força de grupo, como manada em estampido.
Como não consegue nada deles em grupo, e apenas lhes chega individualmente, de forma efémera e inconsistente.
Fala-me das dificuldades em angariar fundos, das verbas escassas da Segurança Social, de como as empresas apenas contribuem para as duas ou três instituições, sempre presentes na TV, nos telejornais, com as suas caras mediáticas e as vedetas que as apoiam. De como precisavam de angariar uma vedeta para os apoiar, se esta conseguisse passar a provação de ir lá a casa almoçar com os moços…
Estes são os filhos do povo mais desgraçado, das prostitutas, dos que caíram na droga, dos marginais. São os filhos da nossa modernidade, que sustentamos sem ver, sem querer ver, mas que estão presentes nas nossas escolas, nos centros comerciais, nos transportes públicos e na nossa velhice (onde seremos mais um dos empecilhos que eles empurram para o lado, passando por cima se for o caso).
Fala-me de como não podem recorrer à violência, a castigá-los, de como na escola também não são castigados. Os mais velhos ficam a dormir até tarde, faltam às aulas sem chumbar ou serem expulsos, de como invadem a cozinha fora de horas em busca de comida, de como sente que não os está a ajudar.
É uma porta fechada. Um fim de linha sem projecto de vida sustentável. Por vezes, a mais fechada das portas é um convite aberto, um desafio, não por nós, mas pelos outros. Quando estive muito doente, nos meus “delírios”, um dia surgiram-me três portas fechadas, cabia-me abrir uma delas… revivo esse momento, agora simplificado, reduzido a uma única porta fechada.
Como não consegue nada deles em grupo, e apenas lhes chega individualmente, de forma efémera e inconsistente.
Fala-me das dificuldades em angariar fundos, das verbas escassas da Segurança Social, de como as empresas apenas contribuem para as duas ou três instituições, sempre presentes na TV, nos telejornais, com as suas caras mediáticas e as vedetas que as apoiam. De como precisavam de angariar uma vedeta para os apoiar, se esta conseguisse passar a provação de ir lá a casa almoçar com os moços…
Estes são os filhos do povo mais desgraçado, das prostitutas, dos que caíram na droga, dos marginais. São os filhos da nossa modernidade, que sustentamos sem ver, sem querer ver, mas que estão presentes nas nossas escolas, nos centros comerciais, nos transportes públicos e na nossa velhice (onde seremos mais um dos empecilhos que eles empurram para o lado, passando por cima se for o caso).
Fala-me de como não podem recorrer à violência, a castigá-los, de como na escola também não são castigados. Os mais velhos ficam a dormir até tarde, faltam às aulas sem chumbar ou serem expulsos, de como invadem a cozinha fora de horas em busca de comida, de como sente que não os está a ajudar.
É uma porta fechada. Um fim de linha sem projecto de vida sustentável. Por vezes, a mais fechada das portas é um convite aberto, um desafio, não por nós, mas pelos outros. Quando estive muito doente, nos meus “delírios”, um dia surgiram-me três portas fechadas, cabia-me abrir uma delas… revivo esse momento, agora simplificado, reduzido a uma única porta fechada.
sábado, 5 de abril de 2008
Em comunhão.
Uma assembleia reunida, em silêncio, esforçando-se por seguir com respeito os preceitos da cerimónia. O celebrante testa-os, três vozes respondem. Percebe-se que aquela não é uma assembleia assídua à Eucaristia. O celebrante encarrega-se das ajudas, das respostas, dos cânticos.
Falta-me o coro das velhas que nunca se calam, falta-me a resposta em coro, a que estou habituado seguir, falta-me o silêncio da minha voz, que agora consigo ouvir. Ressoa de forma diferente esta Igreja, sente-se o vazio que emana destes corpos, existe um lugar que clama por ser preenchido.
Ao “por minha culpa”, estou perante uma assembleia que não bate no peito. Reparo de quanta sinceridade é feito a ausência deste gesto; não feito, por ser negado, mas simplesmente omisso.
Quanto do minha culpa, é feito de gesto, encenação, capa. Quanta hipocrisia teria que ser sangrada. Existe hoje algo que me conforta, na forma como esta Igreja ressoa. Sinto que Ele está lá para todos, e também para mim, pecador.
Falta-me o coro das velhas que nunca se calam, falta-me a resposta em coro, a que estou habituado seguir, falta-me o silêncio da minha voz, que agora consigo ouvir. Ressoa de forma diferente esta Igreja, sente-se o vazio que emana destes corpos, existe um lugar que clama por ser preenchido.
Ao “por minha culpa”, estou perante uma assembleia que não bate no peito. Reparo de quanta sinceridade é feito a ausência deste gesto; não feito, por ser negado, mas simplesmente omisso.
Quanto do minha culpa, é feito de gesto, encenação, capa. Quanta hipocrisia teria que ser sangrada. Existe hoje algo que me conforta, na forma como esta Igreja ressoa. Sinto que Ele está lá para todos, e também para mim, pecador.
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