quarta-feira, 10 de outubro de 2007

O servo cuida da árvore do seu Senhor.

O servo cuida da árvore do seu Senhor, mesmo que para isso use o mar como solo de plantio. E diz no fim: 'Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer.'


Na Igreja da Imaculada Conceição do XII bairro de Paris, após a bênção inicial um grupo de miúdos retira-se acompanhado pelas suas catequistas. Só regressariam no momento do ofertório, para assim, integrados na assembleia participarem na celebração eucarística.

No momento da comunhão dois acólitos empunhando cada um o seu castiçal com uma vela acesa, posicionam-se na entrada da igreja. Encabeçam assim uma procissão que culmina junto ao altar na comunhão, dando cumprimento ao texto, de que os últimos serão os primeiros.

No fim da celebração interrogo uma das catequistas. Sou então informado que numa das salas da sacristia funciona uma creche para os miúdos até aos 3 anos, permitindo aos pais estarem presentes na celebração. Nesta sala é-lhes proposto uma actividade com sentido catequético, que pode ser um desenho ou outra actividade lúdica.

Os mais velhos, durante a celebração da Palavra, retiram-se para outra sala, onde lhes é lido o Evangelho e feita uma homilia, adaptada ao seu nível de entendimento e sendo convidados também a participar. Um padre preside a esta cerimónia.

Uma vez por mês existe a missa da catequese onde estão todos presentes e a celebração é adaptada a essa circunstância.

É claro que nesta celebração a que assisti tínhamos três padres presentes. Mas talvez este cuidado, esta capacidade de inovar explique, como esta paróquia pode contar com três padres para celebrar a missa de Domingo. Esta é verdadeiramente uma paróquia vocacional.

O servo não reclama junto do seu Senhor para que lhe aumente a fé, o servo serve.

Também nós em Portugal devíamos de cuidar da árvore que nos é confiada, indo até ao meio do mar se tal for preciso...

www.immaculee-conception.net

12 comentários:

Anónimo disse...

Uma experiência muito interessante e que certamente dará bons frutos. Gostei desta partilha Obrigada

Sandra Dantas disse...

Também a mim me parece muito interessante!!!

Talvez seja um caminho a desbravar também por aqui!

Obrigada António!

Um abraço amigo!

Fá menor disse...

Tudo bons exemplos a ser seguidos, desde que devidamente adaptados às circunstâncias! Uma boa catequese!

«'Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer.'»
Enquanto não nos capacitarmos da nossa pequenez... o nosso orgulho falará sempre mais alto e poderá não nos deixará inovar...

Bem regressado!
Bjs

Fa-

Ver para crer disse...

Boa experiência! E será mesmo preciso que seja um padre a fazer a homilia aos miúdos?

antonio disse...

Ver para Crer, coloquei eu mesmo essa questão, infelizmente já de caminho ao hotel... No entanto, julgo eu, para que tenha o valor de uma Celebração da Palavra, é preciso que seja presidida por um padre (ou diácono). Deste modo todos assistem a uma Missa completa, embora a dois tons.

Mas o que importa é que quem o faça receba uma formação prévia, porque a ideia não é mudar de local, mas adaptar a celebração ao percurso de quem assiste. Fazer do “santo sacrifício da missa” uma verdadeira festa da palavra.

As (os) catequistas que se pronunciem!

Fá menor disse...

Eu penso que a homilia às crianças não teria necessariamente de ser feita por um padre ou diácono...
Como já disse atrás, tudo se pode adaptar ao contexto real em que se está inserido e, como tal, um Ministro da Palavra ou, porque não, um Catequista com formação adequada, poderiam perfeitamente cumprir essa função...
O problema é que estamos demasiado agarrados às tradições e, também, não me parece que numa comunidade pequena, como por exemplo a minha, onde pouquíssimas crianças frequentam a Eucaristia, tal fosse viável... (mas eu sou um tanto ou quanto pessimista...) pensando melhor, talvez seja um caso a estudar!!! E é preciso mesmo inovar, mas se calhar começando pelos pais das crianças, a quem se terá de cativar como se crianças fossem!!!

Bjs e bom-fim-de-semana

Fa

antonio disse...

Na realidade esta é uma resposta típica de uma grande comunidade e vocacionada para a “grande” celebração de Domingo.

Uma das “incumbências” dos catequizantes é a de assistir à missa uma vez por semana. Ora, julgo eu, que a Celebração da Palavra deve ser presidida por um padre, na sua ausência por um diácono, na ausência de ambos…eventualmente…

Mas a questão é que o padre está presente na celebração “principal”, mas tudo depende como diz a Fa de nos adaptarmos ao nosso contexto e do entendimento que de tudo isto faça o sr. Bispo.

Nos grandes centros urbanos, seria sempre possível encontrar uma paróquia para se fazer a experiência.

Maria João disse...

Interessante! De certeza que os miudos deixariam de ver a missa como uma secae comprendem-se a importância da Eucaristia...

beijos em Cristo

Elsa Sequeira disse...

Muito linda a tua partilha! Adorei!

Há um novo desafio Por Darfur!
Vem Colaborar! Todos juntos PorDarfur!
http://eu-estoua-ki.blogspot.com

Padre Vítor Magalhães disse...

Parece-me que em Portugal,... isso é díficil dada a escassez de sacerdotes,... seria óptimo!

Anónimo disse...

Um belo exemplo a ser seguido. Também não penso ser necessário que seja um padre a dar a homilia às crianças. Importa mais o propósito, cujos resultados, creio podermos ver muito em breve.

Boa partilha! Um grande abraço.

antonio disse...

Obrigado a todos. As vossas partilhas deram vida a este post.

è pena que o pe Vitor Magalhães não nos tenha deixado uma palavra sobre a questão de obrigatoriedade da presença de um padre...