Pedi à samaritana água para beber, pedi a Zaqueu para me hospedar na sua casa, pedi a um burro para entrar em Jerusalém… e pouco mais.
Num retiro, em Fátima, foi-nos entregue uma carta de Jesus da qual retirei a frase de cima. A ideia era respondermos aos pedidos que Jesus nos colocava nessa carta. Não os enumero pois não passavam de um chorrilho de lugares comuns, mais próximos da sabedoria perene, do que de uma reflexão espiritual.
Irritado com toda a pobreza deste tema respondi assim:
A samaritana deu de beber a um Judeu, como uma serva serve o seu amo, Zaqueu tinha a melhor casa da aldeia e estava mortinho de curiosidade por conhecer Jesus, e o burro, esse, sobre as suas patas, seguia para onde o guiavam.
Cristo é agora um irmão nosso, surgindo-nos no rosto do pobre, do indigente, do próximo e do excluído, e pede-nos que O ajudemos, sem uma mão para nos guiar no caminho. Que O ajudemos, não no conforto do nosso lar, mas junto dos nossos irmãos onde quer que estes se encontrem.
É uma cruz demasiado pesada para um jumento, poço demasiado fundo para a corda que segura o balde, e casa sem telhado nem porta para nos proteger. Não sei se serei capaz, senão fazendo o caminho passo a passo, dia a dia, oração a oração… talvez seja isso mesmo que Ele me esteja a pedir.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
domingo, 28 de setembro de 2008
O resmungão.
Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, ele disse: 'Filho, vai trabalhar hoje na vinha!' O filho respondeu: 'Não quero'. Mas depois mudou de opinião e foi. (MT 21, 28 e 29)
E tu? Também és filho resmungão mas que guarda a Palavra do teu Senhor?
E tu? Também és filho resmungão mas que guarda a Palavra do teu Senhor?
domingo, 14 de setembro de 2008
A intercessão.
Moisés fez, pois, uma serpente de bronze e colocou-a como sinal sobre uma haste. Quando alguém era mordido por uma serpente, e olhava para a serpente de bronze, ficava curado. (Nm 21, 9)
O que é do homem eleva-se assim nos céus… acocorado no topo de uma haste.
Não se elevam muito os olhos dos homens em intercessão, pois só Ele está acima de todas as coisas.
O que é do homem eleva-se assim nos céus… acocorado no topo de uma haste.
Não se elevam muito os olhos dos homens em intercessão, pois só Ele está acima de todas as coisas.
domingo, 24 de agosto de 2008
sábado, 2 de agosto de 2008
A partilha
A passagem da multiplicação dos peixes e do pão é em si uma parábola. Ela nos ensina que a verdadeira partilha não está no darmos do que nos sobra, mas no dividirmos, com o outro, o que mal chega para nós.
sexta-feira, 18 de julho de 2008
Uma prece atendida...
Não Lhe pedi nada e nada Lhe roguei. Seguramente também nada Lhe cobraria. Eis o balanço de um canto que nunca chegou a ser voz.
À minha mulher, que deixou no Muro das Lamentações uma prece, esta minha atitude sempre lhe causou alguma ansiedade. O de nada Lhe pedir. Mas Ele sabia que todo o meu coração era prece, voz em canto e ode de oração de súplica.
E elas chegaram, quatro bracinhos esticados a pedir carinho, a pedir colo, a pedir um pai e uma mãe. E pai e mãe somos, e elas a gastarem estas palavras, sem nunca se cansarem de repetir pai, mãe, pai, mãe… esgotando-as, até as encherem de todo um novo significado.
A mais velha, um feitio tão difícil de desembaraçar como os seus cabelos, uma pele cor de ouro velho, que até dá receio de polir, não vá o seu brilho cegar-nos, a mais nova, com a sua franja mal aparada e o seu sorriso maroto, tão persistente como a sua teimosia, encheram-nos a nossa casa, a nossa vida… e finalmente completaram-nos.
E tudo lhes é novidade, uma escada rolante um desafio difícil de ultrapassar, uma ida ao supermercado um acto de puro suicídio… e as pessoas a gabarem-nos a coragem, a generosidade, como se ser pai e ser mãe não fosse, simplesmente, um acto de amor!
São o milagre de uma prece atendida.
O brigado Senhor. Obrigado Pai. Tu sempre o soubeste…
(Obrigado também por elas dormirem… dá muito jeito!)
À minha mulher, que deixou no Muro das Lamentações uma prece, esta minha atitude sempre lhe causou alguma ansiedade. O de nada Lhe pedir. Mas Ele sabia que todo o meu coração era prece, voz em canto e ode de oração de súplica.
E elas chegaram, quatro bracinhos esticados a pedir carinho, a pedir colo, a pedir um pai e uma mãe. E pai e mãe somos, e elas a gastarem estas palavras, sem nunca se cansarem de repetir pai, mãe, pai, mãe… esgotando-as, até as encherem de todo um novo significado.
A mais velha, um feitio tão difícil de desembaraçar como os seus cabelos, uma pele cor de ouro velho, que até dá receio de polir, não vá o seu brilho cegar-nos, a mais nova, com a sua franja mal aparada e o seu sorriso maroto, tão persistente como a sua teimosia, encheram-nos a nossa casa, a nossa vida… e finalmente completaram-nos.
E tudo lhes é novidade, uma escada rolante um desafio difícil de ultrapassar, uma ida ao supermercado um acto de puro suicídio… e as pessoas a gabarem-nos a coragem, a generosidade, como se ser pai e ser mãe não fosse, simplesmente, um acto de amor!
São o milagre de uma prece atendida.
O brigado Senhor. Obrigado Pai. Tu sempre o soubeste…
(Obrigado também por elas dormirem… dá muito jeito!)
terça-feira, 24 de junho de 2008
"nós perdoamos"
Na oração do Pai Nosso, segundo a versão de S. Lucas, na segunda parte, dedicada às petições, surge-nos um “nós perdoamos”.
Estamos perante uma passagem em que Cristo ensina os seus discípulos a orar. Ele expõe a sua intimidade com o Pai, revelando-nos a oração que inaugura uma (nova) relação de familiaridade com o Deus Pai. Cristo ensina-nos que nas nossas orações, devemos começar por evocar o Senhor, por bendizer o Seu nome e invocar o seu Reino, esse o verdadeiro caminho para a nossa salvação.
Na segunda parte, aquela em que directamente estabelecemos uma relação pessoal com Deus, um Deus que nos atende, a quem submetemos as nossas petições. O que Jesus Cristo nos ensina é que da nossa parte, da nossa disponibilidade, basta um “nós perdoamos”. A nossa relação directa com este Deus pessoal deve ser um acto de amor, de abnegação e entrega ao próximo. De reconhecimento das nossas fraquezas e tolerância para com as fraquezas dos outros.
O “nós” que perdoa é o obreiro desta relação com o Deus Pai. Ela começa com o Cristo que vem até nós, no nosso irmão prostrado, excluído, marginalizado, doente ou necessitado. E cresce em direcção ao Pai, com esta predisposição, esta entrega a um amor universal, um amor que só pode vir d’Ele.
Curvemo-nos, pois, perante o Seu Mistério.
Estamos perante uma passagem em que Cristo ensina os seus discípulos a orar. Ele expõe a sua intimidade com o Pai, revelando-nos a oração que inaugura uma (nova) relação de familiaridade com o Deus Pai. Cristo ensina-nos que nas nossas orações, devemos começar por evocar o Senhor, por bendizer o Seu nome e invocar o seu Reino, esse o verdadeiro caminho para a nossa salvação.
Na segunda parte, aquela em que directamente estabelecemos uma relação pessoal com Deus, um Deus que nos atende, a quem submetemos as nossas petições. O que Jesus Cristo nos ensina é que da nossa parte, da nossa disponibilidade, basta um “nós perdoamos”. A nossa relação directa com este Deus pessoal deve ser um acto de amor, de abnegação e entrega ao próximo. De reconhecimento das nossas fraquezas e tolerância para com as fraquezas dos outros.
O “nós” que perdoa é o obreiro desta relação com o Deus Pai. Ela começa com o Cristo que vem até nós, no nosso irmão prostrado, excluído, marginalizado, doente ou necessitado. E cresce em direcção ao Pai, com esta predisposição, esta entrega a um amor universal, um amor que só pode vir d’Ele.
Curvemo-nos, pois, perante o Seu Mistério.
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