segunda-feira, 5 de novembro de 2007

O trepador de sicómoros

Quantos de nós corremos à frente das circunstâncias para apanharmos o melhor lugar? Quantos de nós, nos predispomos a empoleirar numa árvore para alcançarmos o que pretendemos? Para vencer a nossa pequenês.

Da reflexão proposta para esta passagem (1), que nos fala da gratuidade do amor de Deus, lê-se, não ser o arrependimento que nos estimula ao amor de Deus, mas sim o amor de Deus que nos leva ao arrependimento.

Mais do que Zaqueu que acedeu a esse amor e arrastou consigo a sua salvação, pensemos na multidão que fez correr Zaqueu.

Quanto do expediente a que os outros recorrem é nossa culpa? A quantas árvores já os obrigámos a subir? Qual o nosso papel nessa multidão que torna Zaqueu pequeno, excluído e trepador de sicómoros?

(1) Liturgia Diária, Paulus

9 comentários:

Fá menor disse...

António,
o nosso papel nessa multidão, às vezes, é muito anónimo. Muitas vezes nem damos nas vistas com medo de sermos apontados...
Quantas vezes nos escondemos atrás de uma multidão com medo de subir ao sicómoro, não vá alguém derrubar-nos! Expôr-me?! deixar que os outros reparem na minha pequenês?! sei lá...
Mas como é BOM o amor de Deus! E como tenho necessidade de me deixar tocar por ele!

Vou reflectir melhor sobre isso...

Fa-

Vista de dentro disse...

Antonio,

A cada dia aprendo um pouco mais contigo.

Sei que não é fácil falar do amor de Deus, sobretudo nos dias de hoje,
Fica com Deus!

(A)braços

M.C

joaquim disse...

Quando leio esta Palavra medito sempre nos "sicómoros" da minha vida, a que eu subo, e Deus me diz para eu descer.
São os "sicómoros" do trabalho, do dinheiro, do "medo" do futuro, da falta de confiança, da falta de esperança, tantos, tantos, "sicómoros" que Ele me diz para eu descer, para poder estar com Ele.
Curiosamente zaqueu subiu ao Sicómoro para ver o Senhor, e eu e todos nós estamos "subidos" nos "sicómoros" que tantas vezes não nos deixam vê-Lo.
Abraço amigo em Cristo

antonio disse...

Joaquim, esses são os sicómoros mais difíceis de descer... mas o importante é que do cimo do sicómoro ou do meio da multidão Ele continua a chamar-nos.

Ver para crer disse...

Muitos já fizeram cenas mais caricatas por objectivos menos nobres.

Anónimo disse...

Boas perguntas que nos pões António, e, uma vez que já tens respostas e sabendo-me tu dada à brincadeira e levando isto à letra, ocorrem-me duas histórias engraçadas que não cabem aqui e obviamente em tamanho. Mas talvez dê para contar resumidamente 1 que se passou com alguem próximo e que de facto é, um autêntico sicómoro em altura. Estava JP II de visita cá à nossa terrinha e esperava-se a hora do encontro anunciada. Então ele não perdeu tempo e de madrugada foi escolher lugar, o mais próximo possível do que o Papa havia de ocupar. Passam horas, o frio, o cnsaço, a fome apertam, mas nada que o demovesse a largar dali. A poucos minutos e já do tão esperado momento, uma senhora nova vem vindo da parte de cima, com um ar ainda muito fresco, furando por todos os lados (às vezes resulta) até chegar a ele e diz-lhe: "o menino não se importa de me fazer o favor de se abaixar quando o Papa chegar para eu o ver?" - todo o grupo riu à gargalhada com a "lata" dela. E ele muito calmo, responde-lhe: "Ó minha senhora, pois então e por quem é - se quiser, sento-me no chão, de costas, e de olhos fechados se quiser- assim está bem?" ;)

Abraços.

antonio disse...

Malu, boa história, quando vires esse teu amigo diz-lhe que a senhora tinha toda a razão: os sicómoros são para nos ajudarem a ver melhor e não para nos taparem a vista... ;)

É natural que a senhora tenha decdido podar um pouco o sicómoro impeditivo.

Anónimo disse...

Eh eh , o sicómoro é uma excelente pessoa e deixou-se podar. chegou a fazer-se de degrau (oferecendo-lhe o joeho ou juntando as mãos) para ela subir e ver, alternadamente com ele.

Bjs!

Maria João disse...

O melhor que muitas vezes é o pior... O único lugar deveria ser Cristo. A partir daí, teríamos os melhores lugares, na altura certa...

beijos em Cristo