sábado, 5 de abril de 2008

Em comunhão.

Uma assembleia reunida, em silêncio, esforçando-se por seguir com respeito os preceitos da cerimónia. O celebrante testa-os, três vozes respondem. Percebe-se que aquela não é uma assembleia assídua à Eucaristia. O celebrante encarrega-se das ajudas, das respostas, dos cânticos.

Falta-me o coro das velhas que nunca se calam, falta-me a resposta em coro, a que estou habituado seguir, falta-me o silêncio da minha voz, que agora consigo ouvir. Ressoa de forma diferente esta Igreja, sente-se o vazio que emana destes corpos, existe um lugar que clama por ser preenchido.

Ao “por minha culpa”, estou perante uma assembleia que não bate no peito. Reparo de quanta sinceridade é feito a ausência deste gesto; não feito, por ser negado, mas simplesmente omisso.

Quanto do minha culpa, é feito de gesto, encenação, capa. Quanta hipocrisia teria que ser sangrada. Existe hoje algo que me conforta, na forma como esta Igreja ressoa. Sinto que Ele está lá para todos, e também para mim, pecador.

8 comentários:

Fá menor disse...

Quando me sinto abatida pela superficialidade da vivência cristã... dou de caras com um texto que me diz que "Ele está lá para todos".
Sim, Ele é para todos! Ele deu-se e dá-se continuamente por todos e para todos e cada um! E hoje, esses todos e cada um como sentem, vivem essa dádiva? Sentem necessidade dela, ou nem por isso?
Acho que em muitos casos só existem gestos sem sentimentos. Está a esfumar-se o sentimento de que se caiu em falta.
Hoje tudo é permitido. Nada é pecado. Daí não existe a necessidade de se perdir perdão.

antonio disse...

E no entanto, aquela é a Sua casa, cujas portas não podemos franquear a ninguém. Resta-nos saber acolher.

Fá menor disse...

António,
Cristo acolhe. A Igreja tem de acolher. Temos de saber acolher, aí está!
Mas acolher não significa concordar.
Só existe comunhão quando se está "na mesma onda", em sintonia.
Um pai, uma mãe, acolhe os seus filhos. É capaz de gastar tudo quanto tem para lhes curar comportamentos desviantes, de risco. Acolhe, ama, mas não concorda. Se concordasse "entrava na sua onda" e estava tudo bem. Acolher, amar, não significa permitir tudo, concordar com tudo. O mal de hoje é que é tudo normal.

Ele acolhe todos e cada um, toca-nos a nós fazer a nossa parte e entrar em sintonia com Ele, se quisermos... porque não somos obrigados a nada.

Maria João disse...

Sim, Ele é Pai de todos... Não devemos fechar as portas, mas ensinar através dos nossos gestos e palavras e, claro,das orações.

Vem ao meu blog e reza...

beijos em Cristo e Maria

Ecclesiae Dei disse...

É triste, muito triste ver que muito da fé que nossos antepassados - avós, bisavós, até pais - hoje não vemos. São tão poucos os que amam verdadeiramente a Deus e buscam Sua vontade. Rezemos, façamos nossa parte, com testemunhos, atos e palavras. E, concordando com Fa menor: acolhamos. É com amor que se ensina a amar.

joaquim disse...

Ele está lá para todos, como sempre esteve, nós é que por vezes cegamos...

Abraço amigo em Cristo

antonio disse...

Obrigado pelas vossas palavras de incentivo e confiança, somo aqui em certo sentido uma comunidade.

Anónimo disse...

Quanto menos formos a sentir assim, mais forte teremos que ser.
A porta da Igreja está aberta atodos, sim, mas não deixemos entrar nunca o desânimo.

Coragem, oração e muita confiança na Sua ajuda.